04 – ABERTURA DO MÊS DE MAIO EM CACHOEIRA ALEGRE

“Quanta saudade eu sinto da nossa casinha, bem pertinho da pracinha, da matriz lá do lugar, ainda criança, eu vibrava de alegria, ouvindo as melodias e o sino a tocar. Quanta saudade das fogueiras de São João, dos arvoredos enfeitados de balão, daquela gente, de pé no chão, feliz rezando, e a bandinha ia tocando no final da procissão”. 

  Quantas vezes, eu me debruço na janela da minha imaginação, para lembrar as coisas que passou, quantos sonhos, quanta coisa que eu vivi, são recortes de uma vida que eu não esqueci... São retalhos de lembranças de um passado que existe em mim”. “E aos domingos, levantava bem cedinho, vestia o meu terninho e corria para a capela, rezava apenas uma Ave Maria, porque o que eu queria era ficar pertinho dela”.

  “Quanto saudosismo, heim, Fernando!” Diz o Fernando, introspectivo e silencioso, a espiar o tempo, num tom de reprovação. Mas o menino que mora em mim, vem em meu socorro e fala com impetuosidade: “Como era bom aquele tempo, quanta alegria naqueles dias”! E esse sessentão conclui que era de fato, muito bom!

 Ontem a comunidade reviveu um pouco esses dias. Sem banda de Música, mas ao som dos sinos da matriz e cânticos efusivos o povo caminhou em procissão, até a Igreja-matriz. Às 18:00 horas, era grande o número de fiéis que se concentrava no Centro de Convivência São Sebastião para a recitação do Santo Terço Mariano.

  Padre Márcio Nunes presente ao local, rezou conosco e nos exortou a realizarmos uma caminhada de reflexão, de oração e cânticos, foram formadas duas grandes filas.

À frente, as tochas conduzidas por dois senhores abriam caminho para a passagem do andor de Nossa Senhora com os anjinhos e desse modo o povo peregrino caminhou pela rua Padre Messias Passos até à Matriz; sabedores de que a alegria que temos em Deus, consiste em sermos amados pelo Pai, e o Pai nos une a seu Filho Jesus. É nessa força divina herdada dos Apóstolos que o povo de Deus anuncia e testemunha o Evangelho da vida.

 Ao adentrar a matriz, o andor com a imagem da virgem Maria, foi saudado com palmas e cantos. Padre Márcio Nunes celebrou Missa solene. Em sua homilia, falou da necessidade de se abrir os corações fechados em si mesmos para que experimentem o amor e alegria de um Pai misericordioso.

  Disse também que com relação a videira, Jesus deixou claro que estamos unidos a Ele em tudo. Pois bem, Ele foi rejeitado pelo mundo, isto é, pelo conjunto de pessoas e estruturas que se opõem à proposta do Pai. Então, nós também seremos rejeitados por esse mundo, porque entre nós e ele existe incompatibilidade total. É mau sinal, alguma coisa está errada, quando o cristão é deixado em paz. É preciso pensar no tamanho de nosso testemunho.

 Ao comunicar os avisos finais, nosso pároco conclamou os pais a trazerem suas crianças para coroarem Nossa Senhora. É tão belo, ver o altar repleto de anjinhos, disse ele. E foi enfático ao dizer: “Criança não têm querer. Com carinho, doçura, mas com autoridade é preciso convence-las. Os pais têm que fazer valer sua autoridade, hoje, para que sejam crianças que os respeitem no dia de amanhã.  

 Após a missa, as crianças se dirigiram ao singelo altar, para a coroação da Mãe de Jesus e, no altar da virgem santa, onde vimos lindas e mimosas flores expandir, estava Maria Nossa Mãe, a quem queremos servir, seguiu-se o canto em forma de prece: “Ouve ó Mãe querida, as nossas orações, aceitai com alegria, os nossos corações”.

 E a coroante entoou lindamente: “Eu queria coroar-te, com coroa de marfim, mas como eu sou pobrezinha, dou-lhe esta, de jasmim. Mas como eu sou pobrezinha, dou-lhe esta, de jasmim”. Um belo momento revivido e que certamente alegra muito o coração de Nossa Senhora, vendo os seus pequeninos filhos prestarem tal homenagem.

  No varandão do Salão Paroquial houve o encontro da comunidade em torno da mesa de leilões para se arrematar as prendas.

Fernando Mauro Ribeiro