15 - DIA DO CATEQUISTA – A CATEQUESE: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

Senhor, hoje, minha oração é direcionada àqueles que trabalham na formação dos pequeninos, preparando-os, para a Primeira Eucaristia. Meus primeiros catequistas foram meus pais. Foram eles que me transmitiram a fé cristã. Depois, frequentei as aulas de catequese, com um grupo de crianças, na residência das Irmãs Gonçalves, sendo que Dona Niêta era a catequista. Aos alunos que melhor sobressaíssem nas questões do dia, ela presenteava com pedaços de requeijão, goiabas, ou outra fruta colhida em seu sítio, assim como o requeijão que elas próprias faziam com o leite de suas vaquinhas.

Não me lembro exatamente quanto tempo de duração se levava, para preparar um grupo de crianças. Naquele tempo, me parecia por demais longo. Talvez, porque, desse período de convivência surgiu uma espécie de gratidão de minha parte, em que eu fazia favores como ir à venda comprar algo, ou apanhar água na biquinha da pedreira, - essa, era uma tarefa quase que diária – me tornei um quase que refém de minha ex-catequista, mas fazia com gosto.

Às vésperas do dia tão esperado, aguardado com ansiedade por todos nós, tínhamos um encontro com o padre, - era a confissão – o padre fazia uma série de perguntas, acerca do que aprendíamos no catecismo, para saber se estávamos de fato preparados para o que íamos fazer. A catequista se empenhava em ensinar-nos que não se devia deixar que o pão Eucarístico tocasse nos dentes; que a Hóstia Sagrada deveria ser recebida na boca e, levemente, com a língua, levada ao céu da boca, até que se consumasse a Comunhão.

De minha parte, confesso, que era enorme a expectativa para aquele momento e que havia um receio muito grande de que algo desse errado. Mas não houve nenhum equívoco, eu recebera de minhas catequistas, - já, que minha mãe deu também grande contribuição – uma boa orientação. Com sete anos, eu já sabia distinguir o pão eucarístico do alimento material.

Saímos de nossas casas, meu irmão gêmeo, Felix, o primo Gustinho e eu, levados pelas mãos de nossos pais e Neocide, - criatura muito amada – uma espécie de babá – de calça e camisa brancas, sapatos engraxados, numa manhã chuvosa de domingo, temendo um escorregão que resultaria numa queda, e consequentemente, nossas roupas se sujariam na lama que se estendia ao longo de toda a rua – àquela época, sem calçamento – por isso, procurávamos o canto das casas – algumas com calçadas, outras não – onde imaginávamos mais seguros e assim chegamos até a Igreja-matriz. Não, sem antes levar o temido escorregão e o tombo, bem em frente da casa do senhor Enoque – hoje, residência de Dona Deuslira – Mas, tudo se resolveu, sem que nossa mãe se zangasse.

Algum tempo depois, já com os filhos grandinhos, minha mãe, pode se dedicar à tarefa de catequizar, tornou-se catequista e, por longos anos, ela recebia as crianças em nossa casa, com a missão de prepara-las para receberem a Primeira Comunhão. Hoje, muita coisa mudou. Os pais sentem-se inseguros, talvez, para ensinarem o catecismo aos filhos e transferem esse compromisso para outros. Assim, eles são enviados às comunidades eclesiais, para que lá, entre cantos, algumas dinâmicas e brincadeiras, aprendam o básico para a iniciação de sua vida cristã.

Abordando o aspecto evangelizador e missionário a Igreja deseja formar discípulos missionários, capazes de contagiar com sua fé, aos homens e mulheres de hoje. A catequese não é só para crianças; é também para gente grande, muitas vezes desconhecedoras do conteúdo básico da fé cristã.

O essencial da nossa fé não pode se reduzir a uma série de perguntas e respostas. O essencial da fé cristã, é o encontro com teu filho Jesus Cristo. Conhecer Jesus nos levará a amá-lo. E o nosso amor em Cristo, desembocará no serviço missionário, para que outros e o conheçam e o amem. Se você gosta de rezar, aqui vai uma Oração do Catequista, mas, que, todos podem faze-la:

“Senhor, como os discípulos de Emaús, somos peregrinos. Vem caminhar conosco! Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado. Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhedoras, testemunhas da fé, da esperança e da caridade. Abre nossos olhos para reconhecer-te nas situações em que a vida está ameaçada. Aquece nosso coração para escutar tua Palavra, fonte de vida e missão. Ensina-nos a partilhar o pão e receber o pão eucarístico, alimento para a caminhada. Permanece conosco! Faze de nós, discípulos missionários, a exemplo de Maria, a discípula fiel, sendo testemunhas de tua Ressurreição. Tu que és caminho para o Pai! Amém”!

Faze, Senhor, com que as famílias, as escolas católicas e as comunidades eclesiais continuem se responsabilizando pela transmissão da fé cristã às novas gerações. Quero também, aqui, cumprimentar a todos os catequistas pelo seu dia, pelo trabalho realizado em nossa paróquia, pelo empenho em comunicar o amor de Cristo a tantas crianças, preparando-as para a Primeira Eucaristia. Assim, a nossa gratidão a Mariana (coordenadora da Catequese) às catequistas: Sara, Fatinha...

Fernando Mauro Ribeiro