16 - N. S. DO CARMO E O ESCAPULÁRIO, QUE É SINAL DE PROTEÇÃO E AMOR

No editorial citei algo sobre o Escapulário, mas aqui quero salientar que não é um amuleto. A Igreja o reconhece e considera um sacramental, ou seja, um sinal sagrado que o remete aos sacramentos e que produz efeitos sobretudo na ordem espiritual (cf Catecismo da Igreja Católica 1667).

Vale lembrar que enquanto rezava a à Nossa Senhora, pedindo um sinal de proteção que fosse visível a seus inimigos, São Simão Stock recebeu da própria Mãe do Carmelo o Escapulário com a promessa: “Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: que com eles morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno”.

É um sinal de proteção, mas também de serviço, tanto que se trata de uma veste, tipo um avental, colado sobre as escápulas (ombros) usados por monges, para o trabalho.

Escapulário vem do latim “scapulae”, que significa “ombros”, por isso, costumo insistir que não se usa escapulário no pulso, no tornozelo ou na bolsa. Escapulário se usa sobre os ombros, o pescoço, para facilitar o uso foi adaptado para uma forma menor: dois quadrinhos do mesmo tecido marrom do hábito dos monges, revestidos com a imagem do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora do Carmo ou o brasão da Ordem do Carmo, e unidos por cordões.

Assim, muitos passaram a usá-los como sinal da manifestação do amor da Virgem Maria e símbolo de vida cristã dedicada a Deus e ao serviço. Lúcia, a vidente de Fátima, relatou que na última aparição (1917), Maria surgiu como Nossa Senhora do Carmo, com o hábito carmelita, tendo o escapulário na mão.

Anos mais tarde, em 1950, quando questionada sobre a motivação dessa aparição de Nossa Senhora com o Escapulário, Irmã Lúcia declarou que seria porque Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário.

Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, além de usar o Escapulário, o recomendava com insistência aos fiéis. Dizia ele: “Assim como os homens ficam orgulhosos quando outros usam a sua insígnia, assim a Santíssima Virgem se alegra quando seus filhos usam o Escapulário como sinal de que se dedica, ao seu serviço e são membros da família da Mãe de Deus”.

Existem algumas dúvidas dos fiéis sobre o uso, por exemplo, se todas as vezes que troca de Escapulário, precisa pedir ao sacerdote que faça a imposição. Não! Quem vai usar o Escapulário ou caso já use, mas não o tenha recebido pela imposição do sacerdote, deve pedir a um que o abençoe e faça a imposição com a oração apropriada.

Então, reforçando: A imposição do Escapulário pelo sacerdote é uma única vez, preferencialmente quando seja possível explanar o significado, os deveres e o compromisso de quem se reveste com esse sinal visível da aliança com Nossa Senhora.

Outra dúvida, é o que fazer com o Escapulário que se arrebenta ou desgasta? Costumo ensinar que nem folheto de Missa deve ser jogado no lixo. Os Escapulários e as imagens de santos devem ser queimados sempre que possível. Se não for viável devido ao material, devem ser enterrados.

Ressalto o que diz o Papa Pio XII: “A devoção do Escapulário do Carmo, fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais. Termino recomendando a todos o uso do Escapulário e renovando o uso que há muitos anos prometi à Mãe do Carmelo.: “Onde quer que eu esteja, levarei o Seu nome e proclamarei em todos os lugares o Seu Santo Escapulário.

Fonte: Revista O Evangelizador - Pe. Reginaldo Manzotti