17 - PERDE-SE UMA VIDA A CADA 31 SEGUNDOS POR COMPLICAÇÕES DO COVIDE

Em seu primeiro dia depois de ser confirmado no cargo de ministro da Saúde – mas ainda não empossado – o cardiologista Marcelo Queiroga disse ontem ter sido convocado para dar continuidade ao trabalho feito pelo general Eduardo Pazuello na condução da pasta diante da crise coa Covid-19. E ao ser questionado sobre a vacinação no país, afirmou que, “a política é do governo Bolsonaro, não é do ministro da Saúde”.

E, enquanto os gestores falavam em continuidade na saúde, o Brasil viveu ontem, seu pior dia na pandemia, com novo recorde de registro de óbitos em 24 horas: 2.798, o equivalente a uma vida perdida por complicações da Covid-19 a cada 31 segundos. Queiroga é o quarto ministro da Saúde da pandemia, depois de Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello – apenas o general não é médico.

Em seu primeiro pronunciamento, feito ao lado de seu antecessor, o cardiologista defendeu ontem uma “união da nação” contra a Covid-19, disse que quer trabalhar em parcerias com secretários estaduais e municipais e ressaltou que, sozinho não vai fazer “nenhuma mágica” na condução da pandemia.

Tenho a certeza de que teremos a ajuda dos brasileiros, - disse Queiroga, que, mais cedo, ao chegar para a reunião no ministério, havia dito à imprensa, ter sido convocado pelo presidente para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela pasta, que, na visão dele, “tem trabalhado atualmente, para melhorar as condições sanitárias do brasil”:

As políticas estão sendo colocadas em prática. O Pazuello já anunciou todo o cronograma da vacinação em entrevista na segunda-feira. A política é do governo Bolsonaro, não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo. Vamos buscar a solução, não tenho vara de condão.

Queiroga e Pazuello passaram o dia juntos tratando da transição. Apesar do tom adotado pelos dois, o de continuidade das políticas, o novo titular da pasta ressaltou que eventuais novas medidas serão adotadas com base na ciência. Ele deve investir na ampliação e celeridade na vacinação, segundo interlocutores, numa tentativa de levantar novamente a popularidade do governo.

Paula Ferreira e Renata Mariz