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19 - BRASIL E SEUS MELHORES JOGADORES DE TODOS OS TEMPOS
- Fernando Mauro Ribeiro
- 19 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
REINALDO: “Desequilibrava jogos com a competência que nenhum outro jogador de seu tempo conseguia”.
Nome: José Reinaldo de Lima
Nascimento: 11-01-1957
Clube: Atlético Mineiro (1973-1985), Palmeiras (1985), Rio Negro (1986), Cruzeiro (1986), Hacken-SUE (1987), Telstar-HOL (1988).
Seleção Brasileira: 1975-1985 (29 jogos, 11 gols)
Reinaldo completou 16 anos em janeiro de 1973, ao mesmo tempo que Dario anunciava sua despedida do Atlético. Não se tratava de uma despedida qualquer, Dario, centroavante tricampeão mundial pela Seleção Brasileira, era também herói do título brasileiro conquistado pelo Galo. Substituir o ídolo de toda a missão atleticana não era missão para qualquer um. Tinha de ser um gênio. E Reinaldo era.
Durante os doze anos período em que reinou soberano com a camisa 9 do Atlético, José Reinaldo de Lima só foi parado por um zagueiro: a violência. Por isso, dividiu seu tempo entre o gramado do Mineirão, o departamento médico do Galo e a mesa de cirurgia.
Aos 21 anos, enquanto comandava o Atlético até a final do Campeonato Brasileiro de 1977, já havia sofrido lesões e extraído dois meniscos. Até o final da carreira, fez jogos sob o efeito de injeções para não sentir dores e retirou os meniscos que lhe restavam. Se o equilíbrio não era seu forte, o jeito era desequilibrar. E desequilibrava jogos com a competência que nenhum jogador do seu tempo conseguia. Nem Zico, nem Sócrates, talvez só Falcão conseguisse resultados tão expressivos na metade da década de 70.
Ou nem Falcão, na opinião do técnico da Seleção Brasileira, Cláudio Coutinho, que deu a Reinaldo a camisa 9 da seleção no Mundial da Argentina, em 1978, e nem sequer convocou Falcão, por causa de uma briga entre os dois.
Na Copa, sentindo as lesões do joelho e a pressão num time mal montado, Reinaldo fez um gol contra a Suécia, mas jogou mal a segunda partida e perdeu o lugar para Roberto Dinamite. A partir do terceiro jogo contra a Áustria, Roberto era o preferido do presidente da CBD, o almirante e vascaíno Heleno Nunes.
Reinaldo seguiu sua carreira no Atlético, ficou fora do Mundial de 1982. – Confesso minha mágoa com Telê Santana, que me deixou de fora do segundo mundial – disse Reinaldo ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Na prática, Telê não tinha como chama-lo. As lesões já o haviam vencido.
Mesmo assim, o brilho com a camisa do Atlético seguiu inquestionável. O ápice aconteceu na decisão do Campeonato Brasileiro de 1980 contra o Flamengo. No Mineirão fez o gol da vitória atleticana por 1 a 0. No Maracanã, o Galo jogava pelo empate mas sofreu o primeiro gol, de Nunes. Reinaldo empatou. Zico fez 2 a 1, e Reinaldo escorou de primeira um cruzamento da esquerda. Um golaço.
Até hoje, a torcida do Atlético culpa a arbitragem paulista de Jose de Assis Aragão pela derrota no Maracanã, causada por um gol de Nunes e pelas expulsões de Reinaldo, Chicão e Palhinha. Se Reinaldo só não conseguiu vencer a violência, o Atlético nunca conseguiu vencer os juízes.
Longe das disputas nacionais, Reinaldo seguiu como ícone de um time soberano nas Minas Gerais. Em 1983, ajudou a conquistar o hexacampeonato mineiro, maior glória do estadual do Atlético. Deixou o clube em 1985, para uma experiência rápida e frustrada no Palmeiras. Voltou a Minas para vestir, por apenas dois jogos – sem gols – o azul e branco do Cruzeiro. Até isso os atleticanos desculparam, súditos eternos do rei no Mineirão.
André Kfouri e Paulo V. Coelho
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