25 - PADRE FERNANDO CELEBRA PENTECOSTES NA MATRIZ SÃO PAULO

Dividido entre Cachoeira Alegre e Muriaé; às vezes, participo das Missas na matriz São Sebastião, às vezes, na matriz São Paulo, respectivamente. Nesse domingo de Pentecostes, participei da primeira missa – a das 07:30 horas - em Muriaé. Na matriz São Paulo, mesmo em tempo de pandemia, celebra-se quatro missas aos domingos.

A celebração teve início com um belo cântico e, antes mesmo de fazer a saudação aos fiéis presentes e àqueles que acompanham através da Rádio Muriaé e as redes sociais, o celebrante invocou o Espírito Santo, com a tão antiga quanto bela oração: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles, o fogo do Vosso divino amor...”

A matriz que, já recebia um número grande de paroquianos em tempos outros; agora, com o número reduzido, devido ao caos que estamos vivendo na saúde, com a complicação do Covid-19, tem todos os lugares tomados. Não raras vezes, costumo subir as escadarias da torre, para participar da celebração no Coro, como ocorreu hoje; onde se somavam 15 pessoas.

A Igreja-matriz, ornada com muito esmero para a grande festa que celebramos hoje. É uma riqueza realmente, nossa liturgia. Ah, como me orgulho de ser católico, de saber que pertenço a uma Igreja que tem como pedra fundamental, Jesus Cristo, o Filho de Deus, que firmou suas bases nos apóstolos, que deu a Pedro essa incumbência: “Tu es Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja”! Como é lindo isso.

Também me impressiona e enche de ardor o meu coração ao ler nas Sagradas Escrituras: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou, e pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram ao verem o Senhor”!

Creio que não passou despercebido para você, a primeira leitura (Atos 2, 1-11). Que é também um primor: Paulo relata que os discípulos estavam todos reunidos no Cenáculo e, de repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania que encheu a casa onde eles se encontravam. Então, apareceram línguas como de fogo que se repartiam e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”.

Isso é extraordinário! É Jesus cumprindo o que prometera, quando disse aos seus discípulos: “É preciso que eu vá ao Pai, mas eu não lhes deixarei órfãos, permaneçam unidos e eu lhes enviarei o Paráclito”. A leitura diz ainda que: “Moravam em Jerusalém, judeus devotos, de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falarem em sua própria língua. Cheios de espanto e admirados, diziam: Esses homens que estão falando não são todos galileus]. Como é que nós os escutamos na nossa própria língua”].

E me parece que havia ali, povos de 19 regiões; de costumes e línguas diferentes. É a linguagem do amor, é a língua do Espírito Santo. A linguagem do amor é facilmente entendida. Padre Fernando, que ministrou a Santa Eucaristia, disse que esteve de férias na Índia, que se hospedara na casa de amigos e que lá, há – fala-se – novecentos e seis línguas, sem contar os dialetos e, que a cozinheira da casa falava oito línguas diferentes.

ENVIAI VOSSO ESPÍRITO

Bom, voltando à celebração de Pentecostes, recordamos que a história da salvação se faz através das grandes teofanias de Deus, que está presente para revelar seu mistério e nos atrair à comunhão com Ele. Desde a criação, tem repetidas vezes, aberto os tesouros de sua misericórdia.

A Igreja está em permanente súplica e foi com essa súplica que o padre iniciou a celebração de hoje: “Vinde Espírito Santo...” O E. Santo é vida em nós. Ele é o respiro espiritual, como o ar (Jesus o chama de vento – João 3, 11) que mantém a vida. Pedir o Espírito é pedir que a vida se mantenha. Rezamos para que santifique a igreja e o mundo, para que se realize em nós, o que se realizou no início da pregação do Evangelho (Oração).

SANTIFICAIS A VOSSA IGREJA

Jesus, em seu Mistério Pascal, deu o Espírito, fazendo a unidade de todos os momentos de salvação, como no anúncio, na Cruz, na Páscoa e em sua Glorificação. Por isso, na celebração litúrgica, rezamos: “Deus, que enriqueceis a Vossa Igreja com os bens do Céu, conservai a graça que lhe deste para que cresçam os dons do Espírito”. Não confundamos dons materiais com os dons eclesiais. Os dons do Espírito são a vida que o Espírito dá à Igreja em seu ministério fundamental, que é servir o Senhor e anunciar a graça do Evangelho a todos. A santificação se faz pela vitória contra o mal, vencendo toda divisão, para que todos sejam o Corpo e Cristo. Santificação não é só um momento espiritual, mas a vida do Corpo de Cristo que somos nós (Rm, 12, 5).

PELA GRAÇA E PELA PREGAÇÃO

Ao morrer, Jesus dá o Espírito. Na primeira aparição, Jesus dá a paz que é a plenitude dos dons de Deus. Depois diz: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados, a quem não os perdoardes, ser-lhes-ão retidos (João 20, 19-22). É o dom da Redenção que chega a todos na paz Universal. Nesse momento os discípulos são enviados com todo o poder de Cristo. Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (João 19,21).

A missão de Cristo para a implantação do Reino de Deus aqui está nas mãos dos discípulos que agem no Espírito santo. O fenômeno maravilhoso da compreensão do Evangelho está na reunião da variedade das línguas e na confissão da mesma fé. É a plenitude do Mistério Pascal (prefácio). Todos ficaram cheios do Espírito Santo e proclamavam as maravilhas de deus (Atos 2, 4-11). OBS: O texto em negrito, é de autoria do Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C. Ss. R.

Fernando M. Ribeiro