26 DE JULHO: FESTA DE SÃO JOAQUIM E SANT’ANA

A Igreja comemora no dia 26 de julho a festa de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora, avós de Jesus. Por isso, comemora-se também nessa data, o “Dia dos Avós”, que recordamos com afeto pois, afinal, são eles importantes na nossa vida familiar e também na nossa fé.

A Virgem Maria recebeu no lar, formado por seus pais, todos os tesouros da tradição da Casa de Davi que passavam de uma geração para outra; foi nele que aprendeu a dirigir-se a Deus com profunda piedade, foi nele que recebeu as profecias relativas à chegada do Messias. Os pais de Nossa Senhora foram, no seu tempo e nas circunstâncias históricas concretas, um elo precioso da salvação da humanidade.

No Evangelho, Jesus disse: “Cada árvore se conhece pelo seu fruto” (Lucas 6,44). Assim, não foram precisos outros elementos para descrever-lhes a santidade, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. A santidade de Maria atesta para nós a santidade de seus pais. Maria, ao nascer, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda o recompensou pela fé, ao ser escolhida no futuro para ser a mãe de Jesus o Filho de Deus.

ADA ÁRVORE SE RECONHECE PELO SEU FRUTO

Embora Joaquim e Ana tivessem chegado a uma idade avançada sem nunca ter tido filhos, ainda assim não desistiram. Rezaram por muito tempo, até que, quando quase já estavam perdendo a esperança, Ana engravidou. Não se sabe muito sobre a vida deles, pois passaram a ser mencionados a partir do século II, apenas pelos escritos apócrifos, que não são citados na Bíblia, porque se entende que não foram inspirados.

Contudo, somente eles revelam o nome dos pais da Virgem Maria, dado acolhido pela Tradição da Igreja, que os propõe à nossa veneração. O Papa Francisco sempre demonstrou um carinho pelos idosos e avós, sobre os quais tem se expressado em diversas ocasiões. Inclusive entre as muitas demonstrações do afeto que sempre nutriu por Bento XVI, o papa Francisco referiu-se à riqueza da pessoa do saudoso Papa Emérito para a Igreja com a expressão: “É como ter um avô em casa”.

Além do cuidado e do carinho que o Papa nos recomenda em relação aos avós, ele frequentemente lembra a importância da sua importância na família, como nessa reflexão: “Os Avós na família, são os depositários e, muitas vezes, testemunhas dos valores fundamentais da vida. A tarefa educativa dos avós, é sempre muito importante e torna-se ainda mais, quando, por várias razões, os pais não são capazes de assegurar uma presença adequada ao lado dos filhos durante a idade do crescimento”.

Para o Santo Padre, os jovens tem obrigação de escutar e aprender com os seus avós: “Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado”! Ele referiu-se à carta aos Hebreus (13,17), na qual se lê: “Lembrai-vos dos vossos guias que vos pregaram a Palavra de Deus”. Considerai como eles souberam encerrar a carreira. E imitai a sua fé”.

A memória dos nossos antepassados, leva-nos à imitação da fé. É verdade que, às vezes, a velhice é um pouco desagradável devido às doenças que comporta. Mas a sabedoria dos nossos avós é a herança que devemos receber. Um povo que não preserva os avós, não respeita os avós, não tem futuro porque perdeu a memória”. (Discurso em 21 de novembro de 2013)

Que estas palavras do Papa Francisco nos façam refletir a respeito do valor que damos aos nossos avós, pois eles são privilegiados transmissores de nossa fé católica. Que Deus nos ilumine e fortaleça as nossas famílias pela intercessão de São Joaquim e Sant’Ana.

Cardeal Orani João Tempesta – Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro