Buscar
RÁDIO CACHOEIRENSE, DIA DA RÁDIO DIFUSÃO, DO RADIALISTA, E PADRE VITOR, O APÓSTOLO DA COMUNICAÇÃO
- Fernando Mauro Ribeiro
- 29 de set. de 2021
- 5 min de leitura
No ar, desde o início de 2021, a Rádio Cachoeirense é, para aqueles que amam a comunicação, um dos nossos maiores orgulhos. Para os filhos dessa terra, saber que a Rádio está no ar, falando para Cachoeira Alegre e região, falando para o Brasil e o mundo faz o nosso coração transbordar de alegria, eu dizia, um dia desses a um amigo, no Rancho de Giani Carla.
Aliás, quando lá estive, para, novamente prestigiar a mais um evento realizado com o brilho de sempre pela radialista, comunicadora, empresária, empreendedora, autora do projeto envolvendo a Maior Viola do Mundo, falei também com a amiga, sobre a nossa Rádio.
Digo nossa, porque a exemplo do jornal Novo Tempo, a Rádio Cachoeirense é nossa, é de todos. Outro dia, quando retornava do litoral do Espírito Santo, vínhamos todos, curtindo a programação da emissora. Na ocasião de sua inauguração, esse portal publicou: "A emoção está no ar, sintonize e divulgue a Rádio Cachoeirense".
Uma parceria do portalnovotempo.com.br, com a Rádio Cachoeirense, seria uma dobradinha interessante e que renderia bons frutos à comunicação e informação na região. Nos falamos com alguma regularidade, e sempre fazemos planos. São projetos que, se levados à cabo, alavancaria a audiência da Rádio e obviamente o número de leitores do portal. Mas, cadê tempo ???
O filho de Dona Eli, me mandou essa: "Alô amigo, boa tarde! Temos que marcar e nos encontrar para falar de comunicação, traçar planos, falar daqueles projetos, trocar algumas ideias para melhorar nossa programação... E montar um programa da gente"!!! A ideia é extraordinária, pensei. Mas para fazer arte, é necessário tempo para criar... E tempo é algo de que não disponho no momento. Estou tocando alguns projetos também ligados à arte e cultura como por exemplo a restauração e adequação do Museu de Arte Sacra de Cachoeira e, isso, obviamente absorve muito de meu tempo.
Mas entendo a proposta como tentadora e sei que o desafio é grande, contudo, não descarto o convite e creio que essa possibilidade pode se tornar real e, talvez num espaço de tempo menor do que se imagina. Quem sabe estaremos concretizando tudo isso no próximo ano?
Pois, envio daqui, do Rio - esta cidade maravilhosa - o meu abraço e os meus aplausos ao amigo DJ e idealizador da Radio Cachoeirense. Um grande abraço a todos os amigos comunicadores, radialistas e locutores que fazem desse instrumento uma fonte de informação e ao adentrarem as nossas casas, promovem, com suas programações, uma festa aos nossos ouvidos. Parabéns, Wladimir, parabéns, DJ Marreco!
Nesse mês, datas muito importantes. Particularmente, em se tratando de comunicação, gosto de destacar o Dia da Imprensa (10); o Dia do Radialista (21); o Dia da Radiodifusão. Ele deve ser lembrado como um homem de Deus, mas pode ser também, como radialista, comunicador, escritor, jornalista, um homem da imprensa, um homem da mídia, um Apóstolo da comunicação. Seu nome: Padre Vítor. Sim, é ele mesmo, o padre Vítor Coelho de Almeida, da Rádio Aparecida.
De voz inconfundível, um comunicador da Palavra. Certamente, muitos se lembrarão de seus sermões, seus programas radiofônicos, o encontro com os romeiros no programa “Clube dos Sócios”, a Consagração à Nossa Senhora, sempre às 15:00 horas, quando ele se dirigia aos radiouvintes com estas palavras: “Caríssimos, são três horas, a hora da Consagração à Nossa Senhora Aparecida”. No seu programa ao meio dia, ele iniciava sempre assim: “São 12:00 horas. Os ponteiros apontam para o infinito”. Era esse o nome de seu programa. Vamos então, conhecer um pouquinho mais sobre esse padre que marcou gerações, com seu carisma, através da Rádio Aparecida!
Aos 8 de setembro de 1951, os Missionários Redentoristas concretizavam um velho sonho: inauguravam a Rádio Aparecida. No dia da inauguração o Pe. Vítor Coelho irradiava a Missa Solene em ação de graças pela emissora, direto da Basílica. “Caríssimos”, foi a primeira saudação do missionário. Mal sabiam os devotos que esta expressão do Padre, iria ser um marco de 36 anos de história na Rádio Aparecida.
A propósito, esta não era a primeira vez que o Missionário divulgava sua voz marcante pelas ondas do rádio. Tinha experiência de rádio com programas já feitos por ele em emissoras das cidades onde havia pregado missões. Para tratar-se da tuberculose, padre Vítor foi para Campos do Jordão, para o sanatório da Divina Providência.
O que parecia perdido, tornou-se oportunidade. Mesmo cuidando de sua saúde, não parou, assumiu diversas atividades na Paróquia Santa Terezinha, dos frades franciscanos. Com os frades e um grupo de leigos assumiu a missão de fundar e propagar a fé e moral católica pelas ondas da ZYL-6 Rádio de Campos do Jordão. Lá foi locutor do programa “Hora de cultura Católica”.
Com a vitalidade renovada, o missionário foi chamado a retornar à cidade da Padroeira. Destacou-se nos trabalhos com os romeiros, na Basílica, nas viagens missionárias e como escritor. Todavia, era notável o seu interesse em trabalhar na Rádio Aparecida e para lá ele foi evangelizar. A Rádio Aparecida ampliou se alcance, investiu numa programação diversificada, criou uma associação de ouvintes chamada “Clube dos Sócios”, em vista de que a mesma se mantivesse viva.
Foi um homem de forte personalidade, temperamental e, por vezes, impulsivo. Contudo tinha o dom da comunicação, conquistou seu público, tornou-se um símbolo da rádio e fama de santidade. Dizia de si mesmo: “Uma coisa é o carisma de comunicador que Deus me deu e outra a santidade que não tenho”. Seus programas tinham a maior audiência nacional. Pe. Vítor apresentou o programa “Os ponteiros apontam par o infinito”, ao meio dia, e “Consagração a Nossa Senhora”, às 15:00 horas. Programas que vão ao ar até hoje. Outros programas ele revezava com os confrades, como o famoso programa “Entrevista com os romeiros” e as orações e missas transmitidas.
Padre Vítor falava aos radiouvintes sobre a vida dos santos, testemunhos de fé, devoção mariana, formação litúrgica e catequética e também esclarecimento de tudo que estava relacionado com a fé. Os direitos humanos, a promoção social e a instrução a vida comunitária foram também temáticas tratadas em seus programas em vista da humanização e promoção da vida como moral e ética cristã, técnicas sanitárias e higienização etc. Tudo era pensado através dos documentos da Igreja e da Palavra de Deus, que ele sempre dedicou-se a estudar, pois gostava muito de Teologia.
Padre Vítor também usufruiu da Imprensa escrita, colaborando com a Editora Santuário. Escreveu o “Janelinha da Arca” e diversas matérias para o jornal Santuário. Publicou dois livros: “Os ponteiros apontam para o infinito”, que fora organizado a partir de suas anotações para os programas radiofônicos. E outro de nível doutrinal: “Idolatria e Culto da Imagens”. Compôs hinos religiosos, inclusive um eucarístico e outro à Nossa Senhora (Salve Santa Imagem) que foram gravados em discos e eram temas de seu programa de Rádio.
Em 1965, padre Vítor assumiu a direção da Rádio Aparecida. Buscou expandir o Clube dos Sócios, iniciou a construção do atual prédio da Rádio, procurou realizar programações conjuntas com outras emissoras de rádio pelo país. Sonhou e deu passos significativos em fundar uma emissora de TV católica, como deixou escrito em seu diário: “Já estive tratando com o Cardeal Rossi sobre a TV e Rádio Cultura. [que foram colocadas à venda]. Falei com o Provincial contatar a Conferência dos Religiosos e quem sabe pensarmos uma confederação com religiosos e Dioceses para os meios de comunicação”.
Em 1970 padre Vítor passou a direção da Rádio para o padre Orlando Gambi. Continuou com seus programas normalmente. Pela Rádio Aparecida ele foi voz profética durante 36 anos, levando Cristo e Nossa Senhora Aparecida aos lugarejos mais distantes. Como era seu sonho, certamente ele seria um grande evangelizador pela TV Aparecida.
Fernando Mauro Ribeiro (com base em artigo de Pe. Reinaldo Beijamim)
Posts recentes
Ver tudoCom as procissões de segunda e terça feira em que as imagens tomaram caminhos opostos, como acontece nos anos anteriores, para se...
A Igreja Católica comemora na Semana Santa os Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Semana Santa só é...
“Dilatai portas vossos umbrais, alçai-vos os antigos pórticos, e o Rei da glória entrará. Quem é esse Rei da glória? É o Senhor poderoso,...
コメント