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26 – GUERRA NA UCRÂNIA: BOLSONARO NÃO CONDENA AÇÃO
- Fernando Mauro Ribeiro
- 26 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Vice-presidente Mourão critica o ataque russo, mas é desautorizado por Bolsonaro. O ataque à Ucrânia trouxe à tona uma clara divisão do governo brasileiro, em que acabou prevalecendo, ontem, a posição do Itamaraty e do presidente Jair Bolsonaro, que não conseguiu condenar a ação da Rússia. Enquanto alguns setores como a vice-presidência da República e até mesmo aliados no Congresso Nacional queriam um pronunciamento forte contra a invasão, a área diplomática defendia uma posição pacífica, em que, qualquer movimento, inclusive sanções, tem que ser decidido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
O vice-presidente Hamilton Mourão, condenou o ataque, disse que sanções econômicas não vão adiantar e comparou o presidente da Rússia ao líder nazista Adolf Hitler. Ele rebateu as críticas de que o Brasil estaria neutro nessa questão. – Tem que haver o uso da força, realmente um apoio a Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Esta é a minha visão.
Se o mundo ocidental deixar que a Ucrânia pura e simplesmente caia por terra, o próximo será a Bulgária, depois os Estados bálticos, e assim sucessivamente como aconteceu com a Alemanha hitlerista nos anos 30 – disse Mourão.
Mas, numa live, em rede social, Bolsonaro desautorizou seu vice. Afirmou que “o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre assuntos (relações internacionais) é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro”.
- E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso (Mourão), e eu vi as imagens, falou mesmo, está falando algo que não deve. Quem está falando, está dando peruada naquilo que não é da competência dela – declarou.
Bolsonaro além de não condenar o ataque russo, lembrou da viagem que fez na semana passada, onde disse, ao lado de Wladimir Putin, que era “solidário a Rússia”, o que gerou reações por todo o mundo, inclusive na Casa Branca.
O governo americano chegou a afirmar na semana passada que com este posicionamento do presidente, o Brasil parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global”. Bolsonaro, ontem, fez questão de ressaltar a importância das relações entre o Brasil e a Rússia.
Nós somos da paz. Nós queremos a paz. Viajamos em paz para a Rússia, fizemos um contato excepcional com o presidente Putin. Acertamos as questões dos fertilizantes para o Brasil. Somos dependentes de fertilizantes da Rússia, da Bielorrússia, em grande parte desses países. E o país mais importante do mundo chama-se Brasil. Tudo que tiver ao nosso alcance, nós faremos pela paz - disse o presidente.
A tese vencedora foi expressa em nota cautelosa do Itamaraty. “O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início das negociações conducentes a uma solução diplomática, para a questão com base diplomática nos Acordos do Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, diz trecho da nota.
PRESIDENCIÁVEIS CRITICAM ATAQUE RUSSO EPOSICÃO DE BOLSONARO
Pré-candidatos à Presidência da República condenaram o ataque. Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro”.
João Dória disse que, a invasão da Ucrânia pela Rússia é “condenável”.
Ciro Gomes focou seus comentários nas consequências diretas da guerra para o Brasil, “muito especialmente por termos um governo frágil, despreparado e perdido” em suas palavras.
Em uma postagem em rede social, Sergio Moro afirmou “repudiar a guerra e a violação da soberania da Ucrânia”.
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