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26 - OS DIAS EM CACHOEIRA, GANHAM CONTORNOS DE GRAN FINALE
- Fernando Mauro Ribeiro
- 26 de dez. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 28 de dez. de 2021
Na noite de Natal, de acordo com a tradição, Padre João Pedro celebrou Missa solene na Igreja-matriz São Sebastião. Como reza a lenda, as Folias de Reis saem às ruas, numa peregrinação pela região, visitando as casas e levando o seu canto a quem deseja ouvir, anunciando que nasceu em Belém o Salvador. E Cachoeira Alegre é nossa Belém nos dias de hoje. Passando pela Vila Vardiero, fotografei uma Folia de Reis se apresentando numa residência com seu canto melodioso. Aqui, eles passaram a pouco, num belo desfile, tendo à frente, a bandeira que, conduzida por um folião, passa pelas casas. Se for da vontade do morador, eles adentram aquela morada, fazem suas cantorias e se retiram felizes pelo fato da Bandeira do Menino ser recebida, ser bem—inda, ser bendita, ser louvada.
Na noite de 24 de dezembro, outra vez os portões do Jupter clube estiveram abertas, para receber um grande público, numa deliciosa noite dançante. O pagodeiro Zelo, subiu ao palco da tradicional casa de festas e deu o seu recado. Tocando os mais variados hits e ritmos, o artista, mais uma vez, agradou a galera que entrou pela madrugada, ocupando a pista de dança, fazendo-se protagonista da memorável noite.
Como foi que percorremos os nossos dias, ao longo desse 2021, que está se despedindo? Oportuno seria talvez, que ainda nesse finzinho de ano, fizéssemos alguns questionamentos e fossemos em busca de respostas. Por exemplo: Quem é Jesus para você? Qual o lugar e a importância que Ele tem em sua vida? O que precisamos fazer para experimentar a paz que vem do céu? Os pastores foram os primeiros a crer no anúncio da Boa Nova? Nos nossos dias, como cremos e buscamos concretamente o Salvador? O que temos feito para entender a Palavra de Deus e para conservá-la em nosso coração como Maria.
Olha, sou fã de João, o Batista. Mas há uma diferença significativa entre o nascimento de Jesus e o nascimento de João. João nasce em casa, na sua terra, no meio dos parentes e vizinhos e é acolhido por todos. Jesus nasce desconhecido, fora de sua terra, fora de sua casa, fora de sua comunidade, no meio dos pobres. Não havia lugar para eles numa hospedaria! É Lucas quem narra essa passagem.
Particularmente, acho lindo o trecho que diz: Uma multidão de anjos aparece e desce à terra. O céu desaba sobre a terra. O refrão que eles cantam resume o que Deus quer e qual é o seu projeto. “Glória a Deus nas alturas”. A “Glória” de Deus é seu infinito amor. Paz na terra aos seres humanos por ele amados”. O amor, a gloria de Deus, realiza na terra a paz se a gente pudesse experimentar o que significa realmente ser amado por Deus, tudo mudaria e a paz viria habitar nossa terra. Isto é a maior glória para Deus que mora nas alturas.
Lembrar que a Palavra de Deus não são apenas sons e palavras que a boca produz. Ela é, sobretudo um acontecimento. Na conclusão da narrativa, Lucas nos diz que: “Maria conservava estas palavras (acontecimentos) em seu coração e as meditava”. Ela conserva os fatos na memória e os aprofunda em seu coração. Ela se encontra diante do próprio sinal, Jesus, seu Filho, Ele é a Palavra viva de Deus.
Quero ainda lembrar nesse tempo de pandemia, quantas pessoas de denominações e religiões diferentes, se colocaram a serviço dos outros, na assistência médica, na prevenção da Covide-19, e na ajuda material, psicológica e espiritual. Nosso tempo está revelando um exercício de caridade como justiça restaurativa, curativa de Deus, que recupera o outro. Trata-se da misericórdia compassiva e misericordiosa, infelizmente, nossos tribunais condenam, punem, agem pelo interesse ou pelo merecimento.
Deus, quase sempre, apresenta-nos uma proposta de mudança, de adequação, de partilha com participação, que pode impactar na nossa vida. O momento que vivemos requer de nós atitude de “escutar” e compreender os “sinais dos tempos”. Deus, a todo momento nos dirige a sua Palavra e espera de nós uma resposta através da Fé. A Fé é a confiança no Senhor. Trata-se de um comportamento em que entregamos toda a nossa vida nas mãos da Santíssima Trindade.
Hoje, aqui e agora, em Cachoeira Alegre, faz-se um dia lindo. Pela manhã, o cheiro do mato adentrando a casa de minha mãe, o café a escorrer-se no coador, um caminhar pelos jardins, as árvores frutíferas do quintal, a passarinhada numa quase alvorada, a água limpa e transparente da piscina, na Matriz São Sebastião a maior segunda festa do Ano da Igreja: a Santa Missa festiva, a solenidade de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O céu é de intenso azul, o sol, astro rei já irradia seus raios e convida-nos a viver intensamente mais um dia desse calendário que vai sendo consumido. O Natal chega e, com o final do ano civil, estamos muitas vezes cansados, sobrecarregados e preocupados, ainda mais no contexto que estamos vivendo, com a pandemia da Covid-19.
É urgente que resgatemos o verdadeiro sentido da vida. E isso não se faz com o olhar voltado para o passado, mas que tenhamos os pés firmes no chão e olhos fixos no presente, apostando no futuro. Que Deus seja o companheiro de caminhada de cada um de nós, em nossas angústias e esperanças.
Assim, é que vi e vejo passarem os dias nessa nossa amada Cachoeira: libertando-nos das algemas, retirando as mordaças para que nos sintamos impulsionados a seguir a vida, comandando a marcha e ir tocando em frente.
Fernando Mauro Ribeiro
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