27 - A MORTE NÃO É NADA - A MISSA PELAS ALMAS, NA MATRIZ SÃO MARCELINO

Hoje é segunda feira, inicio da semana e finzinho de mês. Estamos nos despedindo de fevereiro. Preciso já escrever o Editorial da edição de março do Portal Novo Tempo e ver do que trataremos ao longo dos seus dias. Mas, por enquanto, fiquemos ainda com o mês menor – menor em dias – que independente de ter menos dias descobrimos e vivenciamos a imensidão do amor de Deus por nós. O mais terno e lindo dos sentimentos será sempre o amor. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, disse o Mestre.

O Livro do Eclesiástico deixa claro que podemos escolher, e a vontade de Deus é nossa liberdade de escolha. Então podemos colocar a mão no fogo ou na água. A escolha é nossa. O que escolhermos, Deus vai respeitar, mas temos de estar atentos, pois em nome da liberdade podemos escolher errado, não o que nos constrói, mas o que pode nos arruinar. O perigo é a autossuficiência, onde o amor não tem vez, muito menos voz. O caminho do Céu tem sinais reais entre nós que nos conduzem ao coração de Deus. Essa é a escolha que devemos fazer: a que nos leva ao coração de Deus.

O amor sobrevive de esperas. Deus espera, pois, que seu ensinamento gere novos cristãos, comprometidos com a defesa da vida e da verdadeira liberdade. “A liberdade é o espaço de que a felicidade precisa”, segundo o poeta Alaín. Mas com responsabilidade, devemos entender que a vida é uma obra de arte que se revela com uma pincelada a cada dia. Assim como cultivamos um jardim na nossa casa, obedecendo o tempo de semear e colher; devemos cuidar do nosso jardim interior, onde há muita sabedoria escondida, onde a vida permanece misteriosa, mas ao mesmo tempo totalmente revelada aos olhos de Deus.

Um dia dedicado a leitura. Iniciei pela manhã e antes do cair da tarde eu já concluíra a leitura de RATOS E HOMENS, de JOHN STEINBECK -Tradução: ÉRICO VERÍSSIMO.

Laureado com o Prêmio Nobel e com o Prêmio Pulitzer, John Steinbeck é um dos mais extrovertidos intelectuais norte-americanos e um dos maiores romancistas do século. Nesta obra, ele aborda o choque permanente entre o sonho americano de independência econômica e a tragédia americana do homem condenado ao fracasso e à solidão ante as forças hostis que lhe impõem uma existência indigna. Adaptado ao teatro e ao cinema, este romance de pungente realismo suscitou o entusiasmo da crítica e comoveu milhões de leitores em todo o mundo.

Há um pensamento de que gosto bastante: “O que é belo não morre: transforma-se em outra beleza”. O autor é Thomas Bailey Adrich. É comum, celebrar Missa em sufrágio das almas nas segundas feiras. Também aqui na Paróquia de São Marcelino, eles têm esse hábito salutar. Ontem fomos, Maíza e eu. Rezamos entre outras intenções, pelas almas de Adalberto Ferreira Lacerda e Olavo Ferreira Lacerda – ambos fazem ano de falecimento – Foi uma bela celebração, ao final, toda a assembleia, que recebeu, na entrada, uma vela, é convidado a levá-la acesa, - significando que Jesus é a Luz que dissipa as trevas, que Ele é a Luz do Novo Mundo – e depositá-la no local apropriado no presbitério. Um momento bonito que nossa Igreja dedica àqueles que tendo passado por aqui, deixaram seu legado e nós gostamos de lembrá-los de homenageá-los dessa forma; acreditando que “O que é belo não morre: transforma-se em outra beleza”.

Há um texto atribuído a Santo Agostinho de que gosto muito e que já publiquei aqui há mais de uma década. Esse texto é belíssimo e pela sua leveza, beleza e profundeza – assim o vejo – decidi que vou transcreve-lo, - ou seria digitá-lo? – para que nosso estimado leitor faça a sua avaliação. É uma oração a ser recitada:

A MORTE NÃO É NADA (Santo Agostinho)

A morte não é nada.

Eu somente passe para o outro lado do caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês, continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram,

Falem comigo como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,

Eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene ou triste,

Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,

Sem ênfase, sem nenhum tipo.

Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou.

O fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora dos seus pensamentos,

Agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu não estou longe,

Apenas estou do outro lado do caminho...

você que aí ficou, siga em frente,

a vida continua, linda e bela como sempre foi.

“Jesus Cristo ressuscitou! Aleluia! Verdadeiramente ressuscitou, Aleluia!

Pe. Nubio Montenegro é pároco da Paróquia São Marcelino Champagnat Condomínio Rio II – Barra Olímpica – Rio de Janeiro – RJ.

Fernando Mauro Ribeiro