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28 - CECÍLIA: FÉ, PERSISTÊNCIA E DOÇURA. UMA SANTA INSPIRADORA
- Fernando Mauro Ribeiro
- 28 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Sua festa litúrgica é celebrada em 22 desse mês. É a Santa que tem mais basílicas em sua homenagem na cidade de Roma. É a padroeira dos Músicos, da Música Sacra; dos Poetas da Sicília e do Haiti. Foi a primeira Santa a ser encontrada com corpo incorrupto. No Brasil, três cidades levam seu nome: uma em Santa Catarina, uma no Paraná e outra na Paraíba. A fé, a persistência e a doçura com que falava de Cristo fizeram de Cecília uma Santa inspiradora para todos nós em nossa missão de evangelização. Particularmente, tenho por Santa Cecília, um enorme carinho.
Quando em 1993, inauguramos o Museu de Arte Sacra em Cachoeira Alegre, restaurei sua imagem e dei a ela, um lugar destaque. Não sou músico de formação, mas de coração. Amo a música, amo cantar, já participei de vários corais, atualmente, com a trégua que experimentamos em relação à pandemia, estou prestes a retornar ao Coral “Canta pra ser feliz”, com o qual já nos apresentamos em público em algumas ocasiões. Tenho dois CDs gravados, tenho ainda canções religiosas inéditas e uma dezena de outras canções profanas (porque o que não é sagrado é considerado profano) em homenagem a minha amada Cachoeira Alegre e, que pretendo um dia reuni-las em um CD.
Vamos conhecer um pouco mais de Santa Cecília? Segundo relatos, era de uma nobre família romana. Filha de um senador e cristã desde o nascimento, ela havia feito voto a Deus de se manter pura. Porém, foi dada em casamento contra a sua vontade. O jovem prometido a ela se chamava Valeriano.
No dia do casamento, enquanto estava sozinha com o noivo, Cecília disse que estava sob a proteção de um anjo que a mantinha virgem e que, se Valeriano fizesse algo contra ela, provocaria a ira de Deus. O noivo era pagão e não entendeu bem a declaração da cristã, mas ficou muito impressionado e decidiu respeitá-la. Durante a cerimônia, enquanto ouvia o som dos instrumentos musicais, ela teria pedido a Deus: “Senhor, guardai sem manchas meu corpo e minha alma para que eu não seja confundida”. Na mesma noite, Valeriano se converteu, recebeu o batismo e evangelizou também seu irmão, chamado Tibúrcio.
O prefeito de Roma, na época, ouviu sob a conversão dos dois irmãos e, revoltado, exigiu que abandonassem a religião imediatamente. Quando se recusaram negar sua crença em Deus, foram condenados à morte e decapitados. Cecília também foi intimada a comparecer ao tribunal para revelar onde estavam os tesouros dos dois, mas esconde a verdade: que tudo já havia tomado as mãos dos pobres como destino.
Ao descobrir que os tesouros não existiam mais, o prefeito ordenou que Cecília fosse levada ao templo para render homenagens aos deuses como penitência. Ao chegar ao local, ela falou com tanto amor e convicção sobre a beleza de Cristo, que os soldados se converteram e ficaram a seu favor.
O prefeito, enfurecido, ordenou que Cecília fosse asfixiada por vapores de água. Embora a temperatura da água tenha atingido níveis altos, a ponto de ser intolerável para qualquer ser vivo, Cecília saiu ilesa, sem nenhuma sequela. O prefeito então recorreu à pena capital: mandou lhe cortarem a cabeça. Foram três golpes que não conseguiram separar a cabeça do tronco. Ferida, ficou três dias largada no chão dando conselhos aos cristãos que passavam por ela. Entregou todos os seus bens ao Papa para reparti-los com os pobres e pediu a ele que transformasse a sua casa em Igreja.
Assim que faleceu, Cecília foi enterrada na catacumba de São Calisto. Com as invasões dos godos e lombardos, o Papa faz a transladação das relíquias católicas e o corpo dela ficou muito tempo escondido. Quem o encontrou foi o Papa Pascal I, entre 817 a 824 d.C., que recebeu uma aparição da Santa. Quando abriu o caixão, o corpo da Santa estava intacto e na mesma posição em que fora enterrado. Junto, acharam os corpos de Valeriano e Tibúrcio.
Em 1599, o Cardeal Sfrondati solicitou que abrissem o túmulo de Santa Cecília e o corpo ainda se mantinha intacto e na mesma posição descrita pelo Papa Pascoal I. Este momento inspirou o escultor Stefano Maderno a fazer a famosa escultura da Santa em mármore.
Santa Cecília inspirou a vida de muitas pessoas de fé. Santa Terezinha do Menino Jesus, a tinha como santa de maior devoção, segundo seu diário e escreveu muitos poemas em sua homenagem. Quem também carregava a santa no coração era a Beata Anna Catharina Emerich, uma religiosa alemã que teve várias revelações sobre a vida de Jesus, Maria e de Santa Cecília. Inclusive foi a partir de uma visão da beata que a santa ganhou o título de padroeira dos Músicos e da Música sacra no século XV. Por isso sua festa é celebrada no dia dos Músicos e da Música.
Fonte: Jornal O Evangelizador
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