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30 - CHEGOU O TEMPO DO DO ADVENTO.
- Fernando Mauro Ribeiro
- 30 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
O ser humano, com raras exceções, é tremendamente esquecido. Fotos e acontecimentos de hoje evaporam-se amanhã, porque novidades outras surgiram. Muito mais velho que o jornal de ontem, nada mais esquecido que a novela do semestre anterior. Esquecemos muito, esquecemos quase tudo. Coisas importantes, não raro. Outras menores, sem relevância maior. Nossa cultura é aquilo que ficou de tudo que a gente esqueceu.
Relendo o prefácio do Advento, sorri alegre com a densidade da prece eucarística. “Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em toda pessoa humana para que o acolhamos na fé, e o testemunhamos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino”.
Agora e em todos os tempos... Sempre atual e sempre jovem, Cristo continua vivo, palpitante, e eterno. Para além e acima do tempo. Presente e dinâmico na história e na vida pessoal de cada indivíduo. Cristo ontem, hoje, amanhã. Ressuscitado. Imortal.
Em vem ao nosso encontro... Toma a iniciativa, nos chama, convida, mesmo quando o esquecemos e marginalizamos integralmente. ao perceber a imensa boa vontade do pequeno Zaqueu, cobrador de impostos, em Jericó, o Mestre se antecipou, misericordioso e cordial: Hoje irei à tua casa, meu filho...
Os bons amigos não apenas recebem visitas, acolhendo, convidados. Eles vão ao encontro, propiciam oportunidades de diálogo, amizade, aproximação. Quem ama abre as janelas da alma, escancara as portas da casa, desvenda os arcanos do coração.
Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana... Tão facilmente esquecemos que Jesus se esconde e disfarça no irmão de caminhada! Sem as antenas da fé, sem um profundo olhar de contemplação, fica dificílimo, quase impossível, perceber os traços do próprio Cristo nos fatos, nas pequenas coisas de cada dia, nas pessoas que fazem nosso cotidiano, convivendo com a gente.
E o testemunhamos na caridade... Palavras comovem. Só o exemplo arras, converte. Não bastam brilhantes discursos, sábios conselhos. A vivência da fraternidade é o carimbo, o sinal que revela os autênticos seguidores de Jesus. A fé, sem obras, talvez seja apenas publicidade, sineta que faz barulho. Grito no vazio. Voz clamando no deserto...
Enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino... Vivemos na esperança, aguardando a plenitude dos tempos. A eternidade, no entanto, já iniciou, pervade o nosso aqui e agora. Seu reino de paz, de justiça e misericórdia se concretiza em cada gesto de amor que esboçamos ao longo do dia a dia.
Pensando em tudo isso, ajoelhei-me reverente no genuflexório do silêncio, da prece, da gratidão. E cantei salmos de louvor, de alegria ao Deus eterno, razão de ser da minha fé, da minha vida.
Pe. Roque Scheneider, S.J.
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