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31 - MEMÓRIA ESPORTIVA: BARBOSA: UM ATLETA INJUSTIÇADO
- Fernando Mauro Ribeiro
- 29 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de jun. de 2024
BRASIL E SEUS MAIORES JOGADORES DE TODOS OS TEMPOS
Barbosa: Na lista dos goleiros crucificados, não há caso semelhante ao de Barbosa.
Nome: Moacir Barbosa Nascimento
Nascimento: 27-03-1921, em Campinas – SP.
Clubes: ADCI (1940-1941), Ypiranga (1941-1944), Vasco 1945-1955, 1957, Bonsucesso (1956), Santa Cruz (1956), Campo Grande (1958-1960)
Seleção Brasileira: (1945-1953), (20 jogos).
É comum, no futebol, carreiras inteiras serem definidas por um momento. Jairzinho e a Copa de 1970. Romário e a de 1994. Ronaldo e a volta por cima de 1998 para 2002. São só três exemplos, todos muitos felizes. Quanto mais procurarmos, mais encontraremos. Goleiros raramente têm esse luxo. O sucesso de um goleiro, excluídas as exceções que se contam nos dedos, é momentâneo, efêmero, dura até a próxima falha.
Goleiros não podem errar. Quando erram, todos pagam. E não há de se avaliar a agonia de quem, ao se colocar sobre a linha do gol, perdeu o direito de ser humano. Porque, mesmo quando publicamente, um companheiro se posiciona para evitar a crucificação, a história responde que é tarde demais.

Na lista de goleiros crucificados, não há caso semelhante ao de Barbosa. Um momento trágico, definiu não apenas a sua carreira, como também a sua vida. Um gol do Uruguai, na final da Copa de 1950, foi o começo e o fim de sua trajetória. Injustiça]. Claro que sim! Independentemente de Barbosa ter falhado ou não no lance que deu o título aos uruguaios.
Uma injustiça cometida bilhões de vezes, a cada menção ao goleiro da Seleção Brasileira naquela Copa. E que continuará sendo cometida.
Quando uma criança começa a gostar de futebol e se interessa pelos grandes jogadores do passado, ouve maravilhas sobre eles. Com Barbosa não é assim.
Barbosa foi um dos melhores goleiros de sua época. E o que sempre dará efeito sobre ele, é um gol sofrido no Maracanã e o que ele significou.
“Barbosa foi um ótimo goleiro, mas levou ...”
“Barbosa levou... mas era um ótimo goleiro”.
Não importa a ordem, o legado de Barbosa está restrito ao silêncio do Maracanazzo. Aos 34 minutos do segundo tempo, o ponta direita Alcides Gigghia foi lançado, invadiu a área e bateu forte, rasteiro, rente à trave esquerda do gol do Brasil. O mesmo Gigghia tinha cruzado para Schiaffi marcar o gol de empate do Uruguai, treze minutos antes. Barbosa apostou em outra bola cruzada e foi surpreendido pelo chute. O Uruguai venceu por 2 a 1.
A discussão sobre a mais famosa derrota da Seleção Brasileira, como é frequente quando o assunto é futebol, ainda não acabou. Provavelmente não acabará. E, mesmo que o tempo se encarregue de apagar o que se disse e se pensou ao longo de mais de meio século, não terá efeito algum a favor de Barbosa. Apenas mudará a frase para algo do tipo: “Foi um ótimo goleiro, levou o gol do Maracanazzo e, mesmo sem culpa no lance, foi crucificado”.
Armando Nogueira escreveu que Barbosa é a figura mais injustiçada da história do futebol brasileiro”.
O próprio Barbosa, considerava-se “condenado à prisão perpétua”, num país em que a pena máxima para um criminoso é de 30 anos de cadeia.
Assim ele se sentiu até o dia 7 de abril de 2000, quando morreu, em Santos. A questão é que Barbosa não cometeu crime nenhum.
André Kfouri e Paulo V. Coelho
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