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AMOR E DESEJO

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 8 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

O caminho não é a negação ou a extinção do desejo, como solução a este drama intrínseco ao homem. A tentativa de harmonia absoluta do homem com o mundo, como uma espécie de Nirvana, não depende da negação dos desejos, mas de uma educação do desejo. É o caminho para purificar-se. Se deve aprender a desejar de modo justo. Saber saborear as alegrias autênticas.

Numa frase de São Tomaz de Aquino encontramos uma luz, “amor praecedit desiderium” (o amor precede o desejo). Não podemos desejar se não amamos. O desejo é de consequência a manifestação a existência de um amor anterior; deste modo o amor transforma a dinâmica do desejo em esperança, e é esta que salva o desejo.

Portanto, devemos buscar superar a tendência de certas ideologias, que tende a extinguir os desejos existentes em nós ou negá-los por ser compreendido como a perversão do homem, isto seria um equívoco. Seria aparentemente mais fácil rejeitar todos os desejos, mesmo que atraentes do que conduzi-los ao verdadeiro bem como uma expressão da liberdade e percepção do mundo.

O desejo deriva do amor. O amor vem antes do desejo. Trata-se em receber em si a forma da pessoa amada, como uma promessa de satisfação. Antes de mover-se ao desejado, existe um dom de algo que promete, e porque promete permite desejar. Existe um amor que está antes do desejo. O amor é o lugar, onde torna possível o desejo purificar-se.

É o amor que libera o desejo de sua tendência dominadora. O amor é a salvação do desejo, porque ajuda a liberar-se da sua inquietude, às vezes cega em relação ao seu destino. “A resposta à questão acerca do sentido da experiência do amor passa através da purificação e da cura do querer, exigida pelo próprio bem que se quer ao outro.

Para ser realizada de um modo humano, o desejo deve ser incluído na sua verdade em relação ao amor antes de proceder ao seu dinamismo em direção à felicidade, ou a plenitude de uma vida. Devemos levar sempre em conta a finalidade dos desejos, isto é, se tal ação nos conduz a uma vida humana realizada, vale dizer de um ideal de vida.

Não é a intencionalidade dos desejos que revelam a sua própria verdade, mas dependem de tal modo no qual o amor atrai o homem a agir, convertendo-se assim no fim da ação. O amor passa a ser a medida dos nossos desejos.


EM CRISTO

A experiência de fé cristã, isto é, o encontro com Cristo não bloqueia o desejo e não impede que ajamos, ou melhor, o encontro com Cristo orienta nossos desejos. Cristo é a fonte da virtude como Cabeça do Corpo Místico que é a Igreja. Cristo unindo-se a sua igreja, a purifica e a santifica. “A ação humana encontra a sua fonte mais pura no amor que Deus doa ao homem em Cristo. Porém, este amor doado não cancela em nenhum modo o elemento humano do agir: o transforma, o mantém, porque o amor não suprime nada do amado.

A amizade com Cristo penetra todo o nosso modo de agir, nos seus dinamismos e impulsos. A amizade com Cristo torna-se uma realidade estruturante do nosso ser. O encontro com Cristo permite-nos ficar os desejos no que realmente é bom e ele próprio concede a graça para consegui-lo. O consenso humano e divino alarga e enriquece a nossa vida chegando ao que verdadeiramente desejamos seja bom sem jamais perder a inquietação do nosso coração e se contentar com aquilo que se alcançou.

Pe. Renato Criste Covre – Mestre em Teologia do Matrimônio e da Família

 
 
 

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