DIA DO MURIAEENSE, ESTOU NO RIO, ESTRÉIA DO RUCK NO DOMINGÃO, MARACANÃ E UM MUNDO DE MENTIRAS

DIA DO MURIAEENSE, ESTOU NO RIO, ESTRÉIA DO DOMINGÃO COM RUCK, O NÃO FUTEBOL NO MARACANÃ, O IMBRÓGLIO ENVOLVENDO BRASIL E ARGENTINA, ANVISA, COVID-19, CBF ,

E UM MUNDO DE MENTIRAS

Até podes achar estranho eu dizer que todos os anos vivo grande expectativa em relação a essa data: o Dia do Muriaeense. Um distraído leitor, talvez diga: sendo tu, declaradamente um cachoeirense apaixonado pela terra, viver a expectativa do dia do muriaeense. Estranho por que, se vives há décadas em Muriaé, não é natural que seja assim, perguntar-me-á, talvez, outro leitor mais atento. E eu lhes respondo que ambos estão corretos. Sim, sou apaixonado por Cachoeira e vivo intensamente o seu dia em primeiro de novembro, mas penso que todos nós, temos também, Muriaé no coração. No meu caso, há 43 anos fui adotado e a adotei, desde então, temos uma estreita relação de amizade.

Em anos anteriores, nesse momento, os tambores ressoavam pelas ruas da cidade, as Bandas exibiam seus dobrados, perfilados, os jovens do Tiro de Guerra orgulhosamente, hasteavam o Pavilhão Nacional, os alunos dos Estabelecimentos de Ensino, ali representando suas escolas, empunhavam suas bandeiras e desfilavam ao som da fanfarra. Era uma festa na cidade. Era a festa da cidade. Hoje, a pandemia reduziu esses momentos em uma doída saudade.

Encontro-me no Rio de Janeiro, outra cidade apaixonante. Mas, não vou, no momento, falar das cidades em questão. Quero falar de algo que me surpreendeu muito e, de forma negativa, no domingo, que foi a não realização da partida de futebol, válida pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Não pelo fato dos dois gigantes do futebol não se enfrentarem. Mas pela forma como isso aconteceu, pela forma como foi conduzida essa questão. O impasse criado por irresponsabilidades, ao desrespeitarem normas que regem um país, e principalmente, por uma sucessão de mentiras.

Eu havia feito um tour pela cidade maravilhosa e quando chego em casa, a TV estava passando um filme e não a tão esperada partida. Só tomei conhecimento dos fatos, posteriormente, no Fantástico, programa da rede Globo. É óbvio que a essa altura, já é do conhecimento de todos, as causas e consequências de todo esse imbróglio. Mas vou tentar sintetizar: Jogadores da Argentina teriam que ficar em quarentena para poderem atuar na partida. Foram notificados e não acataram a decisão.

A Anvisa – órgão regulador ... disse que a delegação foi comunicada e ignorou a orientação, descumprindo os protocolos de saúde. A delegação argentina afirma que não foi notificada. A CBF se omitiu, certamente, acreditando que, aqui nesse país tudo se termina em pizza. Membros da Anvisa, acompanhados da Polícia Federal entraram em campo, para impedir que os tais jogadores atuassem, uma vez que descumpriram as normas. Isso, quando a partida já estava acontecendo, com quatro minutos de jogo.

Os argentinos se recusaram a sair e o técnico retirou os atletas de campo, conduzindo-os ao vestiário, desistindo da partida. A delegação da Argentina retornou ao seu país e, agora não se sabe ao certo quem decidirá sobre essa bagunça que se instalou, se a CBF (omissa), se a FIFA (ausente), se a Justiça Brasileira, (já que os 4 jogadores poderiam até mesmo serem deportados por desrespeitarem a lei do país) se o alto escalão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária a Anvisa (já que teve poderes de interferir na partida).

Como diria Carlos Drummond de Andrade: E agora José. A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou. E agora José]. E nesse emaranhado de mentiras e omissões, lembrei-me do 8º Mandamento que é: “Não levantar falso testemunho” que, em suma é: “usar da mentira para esconder a verdade”. Olha, amigos, Deus nos deu um grande presente, que é o dom de nos comunicar, mas Ele esperava que o usássemos para levar o bem e a verdade, porém, somos tentados a todo momento a usar nossa língua para mentir, caluniar e fazer intrigas.

Assim, corretamente diz o provérbio: “Na multidão de palavras não falta pecado, mas aquele que refreia seus lábios é sábio”. (Pr. 20,19). Nas tábuas dos Dez Mandamentos, Deus deixou expresso: “não levantará falso testemunho contra o seu próximo”. (Ex. 20,16). O falso testemunho é usar da mentira para esconder a verdade. Jesus disse: “Eu sou a Verdade”. (jo. 14,6). Ele chamou o Espírito Santo de: “Espírito da Verdade”. (Jo. 14,17). Em contrapartida, apresentou Jesus como o “pai da mentira”, ... porque é mentiroso e pai da mentira. (JO. 8,44). Por fim, João nos adverte que nenhuma mentira entrará no Céus. (Ap. 22,15).

O Catecismo nos ensina que viver a verdade é mostrar-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade da simulação e da hipocrisia. Ensina-nos também que o respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia. E a mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo. Por fim, que toda falta cometida contra a verdade exige reparação.

Não é somente nesse episódio do futebol, mas também no âmbito social e principalmente na política. Levantar falso testemunho é considerado tão normal em nossos dias, que muitos, nem percebem que é pecado. Vivem como se a verdade fosse desnecessária, usando a “fofoca”, a murmuração e os julgamentos como forma de interagir com outras pessoas.

A Bíblia Sagrada é a expressão escrita dos ensinamentos de Deus e apresenta centenas de advertências contra a mentira. Neste mês da Bíblia, devemos meditar estas passagens para compreendermos que o Céu é dos que guardam e vivem a verdade. Que Deus tenha misericórdia de seu povo e que seu povo creia firmemente que a Verdade anda de braços com a Justiça. Assim podemos dizer que a Verdade nos libertará.

Fernando Mauro Ribeiro