EDITORIAL DE ANIVERSÁRIO DO NOVO TEMPO: A ESPERA DAS PRIMEIRAS FLORES DA PRIMAVERA

Olá amigo leitor. Tenha um tiquinho de paciência comigo, já que escrevo esse Editorial com um pouco de atraso, em virtude de alguns compromissos assumidos de longa data, o que não me permitiu fazê-lo antes, para apresenta-lo como sempre, no primeiro dia de cada edição.

Estou no Rio de Janeiro e, como costumo dizer, essa cidade que me fascina, me encanta com sua beleza e, deixa-me, às vezes, quase que em êxtase, ao contemplá-la. São tantos os poetas que já escreveram e cantaram sua beleza em poesia, verso e prosa, que, não ouso fazer o mesmo. O que disse é apenas e unicamente uma constatação do fascínio que a cidade maravilhosa exerce sobre mim.

“Perdoa o meu silêncio, todos esses anos, não ter dito ao menos o quanto eu te amo. Perdoa a minha ausência...” São versos do Poema: “Em tempo, eu te amo...”, de autoria de Carlinhos Lyra, um presente seu para a minha amada, que vejo, emoldurado, preso à parede de seu apartamento. E não há como se passar despercebido por uma obra de Carlos Lyra, não é mesmo].

Fazendo também o meu Ato de Contrição, reconhecendo a minha culpa, peço-te perdão pela ausência, pois, não fico, como agora, - em função da pandemia, talvez - tanto tempo sem vir vê-la, ó cidade maravilhosa. Mas, saiba que, esquecer-me de ti, de levá-la no coração e de dizer-te do quanto a amo; ah, isso não!

E é então, daqui, ao tremular da Bandeira do Brasil, na sacada desse apartamento, quando se aproxima o Dia Maior da Pátria, nessa manhã de setembro, que escrevo esse Editorial. Sobre a mesa, num jarro, flores, me fazem recordar de que a primavera está a caminho, As trouxe, ontem, a sobrinha, Mônica, ao adentrar essa porta, com crisântemos de vários matizes.

Vejam, amados leitores, que eu já havia iniciado o referido editorial, dizendo: Estou à espera. A espera das primeiras flores da primavera. Brigo com o vento que desalinha meus poucos cabelos. E passa ligeiro sem se importar. Estou à espera. A primavera há de vir. Cantarei a minha liberdade.

Sei que os tolos riem de minha ousadia. Da crença em meu sonho. Da teimosia e paixão do meu ser. O horizonte parece longe. Mas eu posso chegar. Tenho ruas e atalhos. Estradas tão minhas por onde passar. Quero os pés descalços e alma lavada. O abraço, agasalho da paz.

Quero os campos da inocência. Da fruta madura ao alcance das mãos. Quero amarrar com pedaços de fitas o luar. Atirar meu retrato nas águas da fonte. E ver boiar a minha vida. Num doce velejar. Quero de volta todos os beijos que dei. As paisagens que perdi. Todas as coisas simples e mágicas. Como um castelo no ar.

Leve é a espera. Como dançarinas nas pontas dos pés. Como folhas de outono que se soltam no ar. Silenciosa como as sombras, é a dor que mora n’alma. Das distâncias infinitas trazendo para dentro. Na introspecção do ser.

Crisântemos brancos e vermelhos, enfeitam a sala. Nesta hora de espera. Papéis sobre a mesa. Dedos não muito ágeis digitam. Releio alguma matéria que fará parte dessa edição. Daqui, até ao ponto final de mais uma edição de aniversário, vai se levar um tempinho, me absorver algumas horas. As lembranças continuam vivas. Os ventos não mudam. E todos riem de minha ousadia. Porque resisto. Sempre à espera de uma nova primavera.

Agradeço a Deus, especialmente por você, estimado leitor, porque você é a razão de nossa existência, é você quem nos mantém em atividade e dá credibilidade a tudo o que fazemos; é você amigo, que com sua fidelidade à leitura, tornou-se o responsável pela estabilidade desse projeto iniciado em setembro de 1995. Por isso, convido-o a permanecer conosco e te desejo uma Boa Leitura!

O Editor