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28 - NOVE MESES DEPOIS: O JARDIM DE MINHA MÃE É UM JARDIM DE SAUDADES
- Fernando Mauro Ribeiro
- 28 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de out. de 2021
Ninguém gosta de viver errante, sem rumo. De onde vim? Para onde vou? Como chegar? São questões que mais cedo ou mais tarde fazemos a nós mesmos ou aos outros, com um único objetivo: encontrar o destino de nossa vida. Mas o que fazer para encontrá-lo? Numa linguagem religiosa, dizemos que todo esse conjunto de interrogações faz parte de uma busca que pode nos levar a um crescimento espiritual.
Para quem tem fé, nada acontece por acaso e Deus está no comando de tudo. Ele é a fonte e o fim de nossa jornada. Dele viemos e para Ele caminhamos. Para nós, católicos, este assunto merece a maior atenção, porque, quando o entendemos bem, somos felizes e fazemos os outros felizes.
Por isso a Igreja colocou em seu calendário datas importantes como o mês da Bíblia – que celebramos – o mês das Missões que celebraremos em outubro, a fim de que as comunidades, grupos e famílias dediquem um pouco mais de tempo à reflexão e oração.
Eu diria que, como Família Novo Tempo, convido a você a andarmos por este caminho, neste nosso encontro mensal. Agora, por exemplo - é um caminho só meu, uma estrada só minha - faço esse percurso vestido de saudade, meio que sem rumo, sem vida, a vagar na linha do tempo, qual sombra da noite, com o desejo de ter na mente um GPS que me leve aos pés do infinito.
Assim se passaram nove meses, sem eu ver seu rosto, sem receber os abraços, sem o colo de mãe; sendo fustigado por uma saudade, que faz meus pensamentos galoparem por entre esses canteiros dos jardins de minha mãe. Se diz por aí que saudade não se explica, vive-se. Vivê-la, suportá-la é um jeito de ir tocando em frente e, é o que tento fazer.
Amo as flores mãe, elas enchem de sentido nossas vidas! Elas são frutos da vontade humana e do querer divino. Os especialistas em flores possuem os segredos dos jardins. Não sou um especialista, embora goste de plantas e me encantam os canteiros de flores... quisera eu ser um jardineiro!
A jardinagem é uma arte milenar, muito mais antiga que a filosofia. Há muita sabedoria escondida na ciência do semear, cuidar e colher flores. Vale ressaltar que: a Filosofia é o lugar da complexidade. A jardinagem é o lugar da simplicidade. São territórios muito distintos. A Filosofia é o campo das perguntas e respostas.
O jardim é o campo onde a vida prevalece misteriosa, mas ao mesmo tempo totalmente revelada. Por mais instigante que seja o contexto da complexidade filosófica, vez em quando a gente se cansa dele. Os jardins são descanso do pensamento.
É por isso que nesse momento desejo fazer cessar as perguntas, silenciar-me. Apenas silenciar, aqui, entre os canteiros. Mãe, continuas sendo a mais bela flor do meu jardim, sei que daí, do Jardim celeste, vês as flores daqui. Sabe mãe, a pouca água, a escassez de chuvas, maltrataram muito suas plantas; o solo ressequido agradece o orvalho, mas implora por uma generosa bênção das águas do céu.
Ah! Mãe, outro dia, postei flores múltiplas de um pé de azaleias em tom vermelho. Este, foi um dos poucos que floresceu. Para ilustrar a galeria de fotos, vou utilizar imagens de estações já passadas, de primaveras já vividas. Eu sei que vês, daí, donde estás, mas, aos nossos leitores, não quero passar a dor dos canteiros. Deixo que, como eu, também eles – os canteiros – as guarde e abriguem suas angústias!
Fernando Mauro Ribeiro
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