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O MÊS DE JUNHO E A RELIGIOSIDADE POPULAR

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 15 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

As festas juninas são muito populares em todo o Brasil, ocasiões em que celebramos quatro grandes santos: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo. Há uma mistura entre aspectos religiosos e culturais nas celebrações desses santos. Esses festejos estão intrinsicamente incorporados, na tradição de nosso povo, e ainda assim, não perdem a originalidade católica. Por isso, o contexto do mês de junho é um momento festivo para refletirmos sobre esse tema.

A piedade popular na América Latina é uma característica do nosso Continente e, além de um forte testemunho da nossa fé católica, manifesta traços de nossa própria cultura. A Igreja sempre reconheceu com cuidado pastoral a importância dessas manifestações. Testemunho disso, são as constantes alusões que os Papas têm feito sobre o assunto, depois do Concílio Vaticano II, (1962-1965).

Na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiundi (1975), um documento que se tornou marco na Igreja, quanto ao tema da evangelização no mundo contemporâneo, o Papa Paulo VI afirma: “Bem orientada, esta religiosidade popular, pode vir a ser cada vez mais, para as nossas massas populares, um verdadeiro encontro com Deus, em Jesus Cristo” (nº 48).

Da mesma forma, os papas posteriores nos deixaram seus ensinamentos sobre o assunto. É interessante notar que São João Paulo II, na Exortação Apostólica Ecclesia in América (1999), aponta questões que já se delineavam no alvorecer do terceiro milênio: “A piedade popular, se for convenientemente orientada, contribui também para aumentar nos fiéis a consciência da própria pertença à Igreja, nutrindo o seu fervor e oferecendo assim uma válida resposta para os desafios atuais da secularização” (nº 16).

Do Papa Bento XVI, escolhi o seu discurso na Sessão Inaugural da Conferência de Aparecida (2007). Dentre outros aspectos que o papa cita, está a devoção aos santos: “Esta religiosidade expressa-se também na devoção aos Santos com as suas festas patronais, no amor ao papa e aos demais pastores, no amor à Igreja Católica universal, como grande família de Deus, que nunca pode, nem deve deixar abandonados ou na miséria os seus próprios filhos. Tudo isto forma o grande mosaico da religiosidade popular que é o precioso tesouro da Igreja Católica na América Latina, e que ela deve proteger, promover e, naquilo que for necessário, também purificar”.

Concluo com algumas palavras do Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudio (2013): “Na piedade popular, por ser fruto do Evangelho inculturado, subjaz uma força ativamente evangelizadora que não podemos subestimar: seria ignorar a obra do Espírito Santo. Ao contrário, somos chamados a encorajá-la e fortalece-la para aprofundar o processo de enculturação, que é uma realidade nunca acabada”. (nº 126).

“Diante dessa força ativamente evangelizadora”, que é “obra do Espírito Santo”, devemos conservar com carinho e alegria nossas festas populares religiosas. Elas são um permanente caminho para a Igreja em saída” que o papa nos recomenda. Aproveitemos junho para venerar os Santos que agora são celebrados. Eles são exemplo de seguimento de Jesus Cristo, Cada um à sua maneira e carisma próprio de viver a fé que recebeu no batismo e pelo testemunho da Igreja.

Eles indicam os valores do Evangelho como programa de vida para todos que desejam fazer o encontro pessoal com o Senhor no cotidiano da vida e da fé cristã.

Cardeal Orani João Tempesta - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro

 
 
 

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